Como desenvolver a educação com as condições que nos dão?

Como desenvolver a educação, com as condições que nos dão (ou que NÃO nos dão)?

Veja minhas considerações e não deixe de dar sua opinião nos comentários.

Concorda comigo??

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Como desenvolver a educação?

A educação é uma construção, e não uma imposição. É uma interação, uma troca, mas não uma imposição estéril de ideias.

Mas como desenvolver essa construção, essa interação, essa troca com uma turma de 40 alunos adolescentes sentados em uma sala de 30 ou 40 metros quadrados?

Construção, interação e troca se faz na intimidade, no pessoal, no cara a cara, na amizade.

Os filhos da classe média e afins, quando têm dificuldade, têm à disposição, para além da escola, explicadoras, psicólogas, acompanhamentos especiais.

Têm à disposição, para além da escola, aulas de línguas, esportes, artes, música, viagens, passeios, cinema…

Sei que é assim por experiência própria e observação empírica. É simples constatar.

E o que oferecemos aos filhos dos pobres?

Têm condições as famílias deles de oferecerem o mesmo? Não.

Mas, sim, tem obrigação o Estado de oferecer, no mínimo, o mesmo.

Isso para que exerça sua função de – ao menos tentar – oferecer a toda a sociedade as mesmas condições de vida e de oportunidades.

Como desenvolver a educação

Mas o que faz o Estado, seja poder público municipal ou estadual?

Engana.

Engana quando pega a verba da educação e repassa a institutos, fundações, consultores.

Engana quando fica fazendo experimentações sem sentido.

Engana quando enche as salas de aula com mais de 40 alunos, quando se sabe que isso prejudica o ensino/aprendizado.

Engana quando diz que os alunos têm aulas “eletivas” ou tempos para “centro de estudos” quando os professores e a própria escola não têm condições efetivas para implementar.

Engana quando paga pouco para o professor e coloca a culpa na falta de dinheiro (ora, para institutos, funções e consultores, tem!). E, ainda por cima, acha que não tem que pagar bem!!!

   

Engana quando diz que 1/3 do tempo que o professor tem de aula – que nem sempre é realmente oferecido ao professor – é suficiente para fazer planejamento, estudos, pesquisas, organizar as aulas, corrigir exercícios, fazer relatórios e preencher as dezenas de papéis que nos obrigam.

Engana quando afirma fazer formações continuadas – e gasta boa parte do dinheiro da educação nisso – obrigando os professores a assistirem palestrinhas e cursinhos dos consultores amigos, sem nenhum interesse e objetividade prática em sala de aula.

Mas as pessoas acham que o que vai melhorar a educação é a divulgação das notas do Ideb na porta da escola

Ops! Tem algo errado e acho que é proposital..

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
Não sou “especialista em educação”, mas estou em sala de aula
Post originalmente escrito em 30 de julho de 2012

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

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