Bolsa-família cortada, mãe de aluno no mesmo dia na escola…

Está aqui na escola a mãe de um aluno.

Por acaso, este aluno vem faltando deeeeeesde o início do ano.

Vem um dia, falta duas semanas…

Por acaso, este aluno, quando vem, não é daqueles de fazer muita coisa, sabe como é… não tem caderno, não faz os trabalhos, não se interessa pelas propostas e, como consequência, atrapalha os outros.

Mas, por que a mãe está aqui?

Porque a Bolsa-Família foi cortada! Ela veio saber o por quê!

ELA VEIO SABER, coitada, POR QUE O BOLSA-FAMÍLIA FOI CORTADA!!!

Ela não sabe?

Vai saber, porque agora a coordenadora está coletando todas as faltas dele.

E não foi por falta de aviso que ela não sabia que seu filho estava faltoso, porque os responsáveis já foram, sim, convidados a conversar.

Independente de toda e qualquer discussão acerca do Bolsa-Família, este é um fato interessante de ser notado.

Se este é o objetivo do Bolsa-Família – manter o aluno na escola, mesmo sem estudar – está sendo alcançado.

Pra deixar claro: não sou contra o Bolsa-Família, nem contra a necessidade dos alunos frequentarem a escola [nem poderia].

Mas, TODOS os alunos na MESMA escola ao MESMO tempo na MESMA sala fazendo as MESMAS coisas?

Não sei… não sei, nem eu mesmo sei…

Talvez outros mecanismos devem ser pensados e agregados.

Vejam, do jeito que é feito, alguns alunos que não querem estar na escola são obrigados a vir somente por conta do Bolsa-Família – e não necessariamente porque seja importante, ou porque têm que aprender alguma coisa, ou porque têm alguma perspectiva futura pelo estudo (sim, nem todo mundo tem. Muita gente chegou a altos postos sem estudo formal – até mesmo a presidente…).

Porém, com as faltas de condições [físicas, temporais, humanas] que enfrentamos pra lidar com as situações, muitas vezes esses alunos atrapalham toda a escola e os outros alunos que, apesar de todas as manifestações, bagunças, malandragens, infantilidades naturais na infância e adolescência, estudam, buscam, aprendem, se interessam (e veem uma perspectiva futura pelo estudo).

Não me perguntem, porque não saberia dizer agora uma solução satisfatória.

Mas escolas que consigam abarcar estes alunos não [somente] com o estudo strictu sensu – mas com oficinas, com horários alternativos, atividades diferenciadas, com outros profissionais que não somente os professores – já seria um caminho.

Os argumentos são de que “não se pode excluir ninguém”, ou “todos têm direito”.

Só que ninguém quer saber como a escola vai lidar com isso e como isso pode afetar o direto dos outros e de todos. 

Mas, enquanto isso, assim caminha a classe mais desfavorecida.

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
Em dúvida, de novo

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

7 thoughts on “Bolsa-família cortada, mãe de aluno no mesmo dia na escola…

  • 04/07/2011 em 21:09
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    O dinheiro está acima do aprendizado. Ele garante a satisfação de alguma necessidade da família agora e a educação no Brasil deixou de ser sinônimo de melhoria de vida entre as classes menos favorecidas há muito tempo. Se é que um dia foi …

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  • 05/07/2011 em 10:22
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    Nosso país tem muitos problemas necessitando de solução e milhares necessitando das devidas regras. Nestes últimos 10 anos, tem faltado por exemplo, compromisso social.

    Nosso povo tem sido adestrado a pensar que para tudo se tem um jeitinho. Temos saído e andado por caminhos que outros povos sabem, e evitam. Muitas facilidades. Muitos caminhos curtos para se alcançar o que todos sabemos só se alcança pelo caminho mais longo.

    Quanto ao tema, o que tem atrapalhado muito no país, é mudança de rumo. É a falta de seguir os planos, e o planejamento. E até falta de planejamento mesmo.

    Desde o inicio que a proposta do Bolsa Família era ERRADICAR o trabalho infantil. Não havia esta relação existente hoje. Neste caso, é desvio do planejado.

    O projeto Bolsa família se desvirtuou.

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  • 01/08/2011 em 22:54
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    quero seber semeu nome foi cortado do bolsa familia ?

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  • 18/09/2011 em 06:42
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    o problema é ideológico.a ideologia da esquerda quer fazer crer que qualquer um pode ser o que quer sem esforço. é a cultura da marginalidade. o modelo agora é o bandido, o favelado encapuzado e cheio de correntes. quem não sabe que a esquerda odeia famílai e religião? a religião dá o tom moral, o respeito. infelizmente o sonho dos anos 60 NÃO DEU CERTO. agora é RESPONSABILIZAR pais e mães que se reproduzem como RATOS!!!!

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  • 15/02/2012 em 22:03
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    agradeco a deus pela bolsa familia pq me ajuda muito e com ela q compro material escolar para meus filhos e faco muitas outras coisas pq sou diarista o q ganho nao da para fazer tdo e agradeco ao presidente l ula e agora a presidente dilma por dar continuacao no q o lula comecou muito obrigada q deus os abencoe

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