Na contramão do mundo: a (in)justiça brasileira

Realmente, as coisas no Brasil são complicadas.Temos muitas e tantas coisas urgentes a serem realizadas, a serem consertadas… e o supremo (não, não é supremo de frango!) se preocupa com as algemas.

Preocupa-se com os coitadinhos que são algemados porque roubaram, mataram, corruptaram, sacanearam e fuderam com a sociedade.

Coitadinhos, podem ficar traumatizados!

O supremo de frango chegou a libertar um pedreiro condenado a 13 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado, pois ele alegou ter sido vítima de constrangimento ilegal ao ser julgado de algemas. Totadinho…

Realmente, eu não teria competência para assumior um cargo desses – não conseguiria sertão justo assim. 

Ãhn? Os outros? Quem? Ah, os que eles roubaram, mataram, corruptaram, sacanearam e fuderam? Que se fodam!

Oras, eles não vão ficar traumatizados só porque foram roubados, mortos (aí é que não vão mesmo!), corruptados, sacaneados e fudidos, né?

O brasil é uma disgrama!

A gente torce pra que a justiça seja para todos, torce para que os grandes também sejam presos, torce para que a polícia funcione com os graúdos, torce, torce, torce…

Aí quando a polícia funciona – nem toda polícia e nem sempre, mas às vezes funciona – vem a (in)justiça e merda tudo.

Quando, em algo, começamos a ser iguais, vem a (in)justiça e nos coloca no nosso lugar, mostrando que todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros!

Coitadinhos dos maisiguaisqueagente que roubam, matam, corruptam, sacaneam e fodem todo mundo… ficam traumatizadinhos com algemas.

Mas eis que vem a (in)justiça salvá-los!

Sabem quens serviram de exemplos de constrangimento para a decisão do supremo de frango, além do coitadinho do pedreirio homicida triplamente qualificado constrangido?

Pasmem…

“Ao dar seu voto, o relator da ação no STF, ministro Marco Aurélio Mello, fez críticas indiretas à ação da Polícia Federal nas prisões do ex-presidente do Senado Jader Barbalho, do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf e do ex-banqueiro Salvatore Cacciola. Sem citar o nome dos acusados, ele classificou o uso de algemas em Jader de “presepada”.  [soltar o cacciola pra ele fugir não foi presepada?!?]

Autor de críticas duras ao uso de algemas na prisão do banqueiro Daniel Dantas na Operação Satiagraha da Polícia Federal (PF), o presidente da Corte, Gilmar Mendes, disse que as novas regras valerão para presos ricos e pobres [rá rá rá].” Fonte

Isso é o que eu chamo de corporativismo!

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

4 thoughts on “Na contramão do mundo: a (in)justiça brasileira

  • 23/08/2008 em 14:02
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    Declev, nesta eu vou discordar parcialmente de você…

    Realmente, a reação foi “de colarinho branco”, mas “acertaram pelos motivos errados”. Realmente, o showzinho das polícias estava mesmo passando dos limites. Não porque algemou o banqueiro, mas porque algema todo o mundo, sem a menor necessidade (copiando a escrotice das polícias americanas que, como sabemos bem, não têm o menor respeito pelos direitos humanos – vide Guantánamo… e o episódio de um garotinho de 4 anos que foi algemado pela polícia por ter dado uma beijoca em uma colega de turma e a diretora da escola ter achado que era “assédio sexual”…)

    Outra coisa: gente não é bagagem! Enfiar as pessoas nos bagageiros de caminhonetes é escrotice, também!

    Só que isso tem que valer para todo o mundo! (Enquanto era só pobre fudido, nenhum juizinho de merda chiou…)

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  • 25/08/2008 em 22:45
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    Olá João,

    E eu vou desconcordar também um pouco.

    Se as regras valerem para todos, é uma coisa.

    Mas basta você ter “diploma” pra não poder ser jogado nos bagageiros das caminhonetes.

    Só isso basta pra vermos como são as coisas por aqui.

    Eu sou de opinião contrária: se tá na dúvida, algeme-se todos. Pronto. Serve pra todo mundo.

    Mas a 9in)justiça brasileira só chiou quando começaram a pegar os grandes.

    Estão chegando neles!

    Abraços.

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  • 25/08/2008 em 23:07
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    Foi por isso que eu disse: “acertaram pelos motivos errados”. Só que um erro não justifica o outro. As Polícias estão abusando.

    O grande problema é que é “o roto falando do esfarrapado e o sujo, do mal lavado”… O Judiciário não presta, o Ministério Público também e as Polícias menos ainda… E, de todos os envolvidos nesses abusos, a velha e manjada imprensa que não está nem um pouco interessada com “justiça”: quer vender escândalos…

    E quem acaba pagando o pato é o Zé Mané que não tem “deproma”, nem “amiguinhos” nas altas rodas. Esse, coitado, não tem nem um Escrivão que fale por ele, quanto mais um Ministro do STF…

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  • 25/08/2008 em 23:11
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    Nesses termos concordamos.

    E além dessas, há outras classes que não prestam, mas paremos por aqui.

    Abraços.

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