O que é uma boa educação?

Não é só a ignorância ou o desconhecimento que faz as pesoas fazerem o que fazem. Grande parte dos absurdos que vemos no dia-a-dia vem da parcela da população que teve a “melhor” educação, nas “melhores” escolas, nas “melhores” famílias.

TV por assinatura, livros, viagens domésticas e internacionais, esportes, artes… o que quiseram, tiveram. Mas vemos consumo de drogas, álcool, direção irresponsável, brigas, corrupções, mortes…

Grande parte destas mazelas vem de grande parte desta parcela da população – a “nata” da sociedade!

Como diz Zuenir Ventura no Globo (26/09/07 – opinião, p.7) sobre um episódio de um rapaz que dirigiu embriagado e atropelou uma cabine de PM: “um rapaz de 24 anos, publicitário, que tem dinheiro para comprar um potente landrover, deve ter tido também para frequentar boas escolas e aprender a distinguir o certo do errado”.

Certo?

Errado. Senão não fariam tantas barbáries.

Veja o que fazem e como pensam os juízes, os advogados, os políticos provenientes de famílias abastadas, os engenheiros, os fiscais, os… os provenientes das melhores educações!!

Que educação queremos?

Até quando vamos achar que bem educar é ensinar matemática? Números? Nada contra especificamente, pois desenvolve o raciocínio lógico blá blá blá… Mas onde fica o raciocínio ilógico? O raciocínio subjetivo?

Até quando vamos achar que bem educar é ensinar todos aqueles termos da Lingua Portuguesa? Orações subordinadas, preposições, substantivos, blá blá blá… E a escrita, a leitura? Eu confesso: não sei absolutamente nada destes termos! E nem por isso não sei escrever! E, dizem, relativamente bem.

O que acontece?

São tradicionalmente oferecidos mais que o dobro dos tempos nas ecolas para estas disciplinas. É esta a sociedade que queremos, a educação que queremos? Será que deve ser dada tão mais importância aos números?

Ciências, história, geografia, artes (não “artesanato”), educação física (não “futebol”), política, filosofia, sociologia…. São centenas de “ciências” existentes. Não acreditam vocês que a escolha de umas poucas seja proposital?

Depois falam que somos um povo “sem memória”, que a educaçao científica é fraca, que não se sabe escrever, que o povo é alienado…

Seria para ser outra coisa?

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
Mais artista que biólogo

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Dindin:

a) Veja alguns livros e compare seus preços sobre qualidade na educação.

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Na mesma linha:

a) Quando dinheiro não é problema, nem solução.

b) Clichês, falácias e mitos na educação

c) Muito bom este vídeo!

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Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

12 thoughts on “O que é uma boa educação?

  • Pingback: Declev via Rec6

  • 03/12/2007 em 10:51
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    Obrigado pela visita Declev. Muita coisa pra ver aqui no seu site também. E muita coisa a ver. Abraço Grande. F. Tonnetti

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  • Pingback: Sou contra a priorização da matemática e do portugês! | Diário do Professor

  • 08/03/2008 em 10:19
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    Para uma boa educação é preciso ser rico, pois pobre não tem educação por que??? porque são pobre e mora tudo na favela

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  • 06/11/2008 em 14:13
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    O Que é uma boa educação?

    É transformar a ignorância do outro na luz do conhecimento,sem heroismo, sem grandeza de ego, sem superioridade, mas com a consciência plena de que somos eternos ignorantes em áreas que desconhecemos que, existiu, existe e existirá para sempre.
    Luiz Domingos de Luna
    Proocurar na web
    Email deuteronomioarte@bol.com.br

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  • 07/11/2008 em 23:48
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    Olá Luiz,

    Disconcordando com você…

    Se transformamos a ignorância do outro na luz do conhecimento, não podemos ser “eternos” ignorantes em áreas que desconhecemos, pois que podemos transformar também nossa própria ignorância na luz do conhecimento…

    Certo?

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  • 14/11/2008 em 11:53
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    O CAOS SOCIAL É PROVA DA IGORÂNCIA EDUCACIONAL

    Declev Dib-Ferreira sou sempre um admirador seu, pois vejo a sua luta diária para humanizar a sociedade, trazendo sempre assuntos de grande valia para serem problematizados e analizados pelo seu público que a bem da verdade é atento, estudioso, e muito preocupado com as oscilações da educação neste país.
    Declev, a epistemologia genética da humanidade é uma gota de conhecimento no oceano da humanidade. Desde a era cenosóica no período do pleistoceno que o homem debate a questão da morte, morte túmlo/ morte cremação.
    Se for traçada uma mediana da sociedade humana desde o seu surgimento você verá que existe milhares de assuntos ou temas que, ou não evoluimos ou involuimos, caso das queimadas, poluição ambiental, drogas, prostituição infantil{…} Com todas as escolas lecionando diariamenete à luz do conhecimento é focada, não tenho dúvidas, porém o lixo podre da mesma sociedade também é focado, individalismo, mercantilismo, egoismo, naturalização da violência, aumento das taxas de homicidios, latrocinios, estupros, presidios: “Escola do Crime”, caro intelectual é desta ignorância a que me refiro, são os saltos para trás que a sociedade dá e nós, pela nossa ignorância não problematizamos isto em sala de aula ou cobramos atitudes firmes do gestores públicos{…} Ora, se as taxas das intempéries negativistas que sujam a histotória da humanidade vêm aumentando de forma acelerativa é por que o repasse da epistemológico foi falho, ou porque o conhecimetno não gerou luz, mas sim trevas,e se levou trevas, levou a ignorância e se não reconheço essa ignorância é porque sou também um ignorante. Gostaria que o caro intelectual Declev em oportuno, problematizasse este meu posicionamento, pois penso que a educação está ligada essencialmente para a sociedade como um todo.

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  • 14/11/2008 em 12:41
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    Ok, acho que entendi…

    Mas, de uma maneira geral, acho que estas questões – que você se refere como a “ignorância” da sociedade – são discutidas sim nas escolas e em sala de aula.

    Há muitos professores, muitos projetos e muitas escolas que fazem isso.

    Só que acho insuficiente, por dois motivos:

    Um, é a quantidade e qualidade deste processo, que deveria ser maior e melhor. Ou seja, a escola teria que trabalhar mais e melhor estas questões.

    Outro, que por mais que a escola faça, as crianças passam lá dentro apenas 4h por dia, quando isso, e 5 dias na semana, quando isso.

    O resto, eles estão (des)aprendendo na televisão, na boca, com os bandidos, com os traficantes, na rua, em casa com famíliares – quando os têm – que não têm condições de dar a eles aquilo a que nos referimos.

    A (des)concorrência é muito maior.

    Desta forma, se queremos que a escola tenha este papel – que é da família, do poder público, da sociedade, de todos… – tem que se dar condições a isso.

    Já me referi aqui diversas vezes sobre o assunto e como eu acho que a escola deveria ser: de tempo integral; aliada a diversas outras instituições (conselhos, bibliotecas, parques, postos de saúde…); professor de tempo integral com tempo de sobra além da sala de aula; com espaços diferenciados para prática de artes, teatro, esportes, informática, etc.; formação ininterrupta do professor para estas questões; entre outras coisas.

    Abraços.

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  • Pingback: Retorno à escola: a certeza de que vamos de mal a pior – e de que o Brasil não tem jeito | Diário do Professor

  • 15/07/2009 em 20:57
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    eu chei muito legal isso…….mas que tal fazer isso em crônicas???

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