Formação do professor e restinho de esperança

Hoje ministrei um curso de dia inteiro em Nilópolis, sobre educação ambiental, dentro de um programa de formação de professores em Agenda 21, da Secretaria de Estado do Ambiente.

Eu gosto de trabalhar com professores. acho que dá pra plantar uma semente e, quiçá, esta semente germinar em frutos de trabalho nas escolas, através de atividades, projetos e reflexões destes professores com os alunos.

Gosto de ver os olhos brilhando de alguns, as idéias florescerem em outros, mexer com o imaginário e com aquilo que eles davam como certo e imutável em suas vidas pessoais e profissionais. É, é difícil, mas possível.

Talvez faltem espaços e oportunidades para que os professores se encontrem e reflitam sobre o que fazem. E isto é fundamental, creio, para dar novo ânimo para enfrentar o trabalho. Enfrentar mesmo, uma luta, briga, guerra, batalha diária, na busca de melhor desenvolver os alunos nas suas potencialidades e, com isto, construir uma sociedade melhor.

A educação ambiental trata disto: construir uma sociedade melhor. E estamos precisando! Dê uma olhada nisso! Sempre enfatizo a importância da educação ambiental não se restringir a aspectos puramentes individuais e comportamentais, do tipo “faça a sua parte”. A historinha do beija-flor é muito bonitinha, mas ele NÃO RESOLVE O PROBLEMA SOZINHO! É claro que o exemplo é importante e as ações individuais também – eu mesmo pratico várias, definindo-me como um cidadão ecosocialambientalmente correto. Mas não é tudo.

Preferia na historinha acima citada, que o beija-flor organizasse uma reunião com todos os seus colegas, fizesse uma conferência às pressas (uma reunião extraordinária) e definissem todos juntos que a união faz a força e que deveriam atuar unidos. Se os outros animais não estivessem querendo participar como eles, eles fariam pressões para que se mexessem -afinal, a mata é um bem difuso – bicando a bunda de todos eles até que fossem para a beira do rio pegar água pra apagar o incêndio!

É… isto dá mais trabalho… mas a educação ambiental deve agir assim.

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Na mesma linha: http://fabiodeboni.blogs.sapo.pt/19205.html

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

8 thoughts on “Formação do professor e restinho de esperança

  • 29/10/2007 em 23:28
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    Declev, todos podem perder as esperanças, menos nós. Um abraço!

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  • 30/10/2007 em 21:53
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    Certo, certo… ainda não perdi. só de vez em quando, mas depois passa!

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  • Pingback: NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS | Diário do Professor

  • 02/11/2007 em 10:02
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    Obrigada pelo convite!
    Desistir nunca!
    Hoje encontro alunos cursando o 3º grau e só estudaram em escolas públicas.
    Plantamos apenas uma sementinha, mas pode ter certeza que muitas se tornam belas árvores!

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  • 02/11/2007 em 13:00
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    Olá Vânia, você faz falta lá no curso. É verdade, plantamos uma sementinha… mas eu queria uma floresta!

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  • 22/01/2008 em 00:39
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    Também sinto falta do curso! Sinto falta de passar a matéria para meus amigos muito ocupados…
    Mudei. Estou trabalhando com alunos do primeiro seguimento do ensino fundamental.
    Estou muito feliz!
    Vejo resultados!

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  • 20/07/2010 em 17:12
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    Trabalho com Educação Infantil, e o grande segredo da minha escola é a união de todos que aqui trabalham. Acredito que este é o caminho da esperança na Educação.

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